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O site Fontes Linguísticas do Português agrega obras que têm a língua portuguesa como objeto explícito de estudo, selecionadas a partir das coleções da BNP.
Abrange o período entre o século XVI e o início do século XX, desde a publicação dos textos instituidores da tradição gramatical, até aos autores precursores da linguística moderna.
Os temas selecionados permitem identificar e reconstituir uma metalinguagem que serviu para descrever a forma, a estrutura e a história da língua portuguesa. Estas terminologias, mais ou menos informais, foram construídas e ensaiadas por gerações de estudiosos que, de acordo com a época, se intitularam gramáticos, filólogos ou linguistas.
A pesquisa por autores, áreas temáticas ou séculos permitirá identificar relações entre obras, ajudando a esclarecer como evoluíram dos estudos sobre a descrição da língua, a variação, o ensino ou a normalização da escrita.
A seleção apresenta-se em três núcleos:
Gramática, norma e ensinoOs textos originalmente concebidos para o ensino da língua são hoje fontes imprescindíveis para os linguistas. Os autores das gramáticas responderam às divergências entre a língua falada e a língua escrita, justificando a necessidade de um ensino normalizado da língua nas escolas. As informações sobre variação e evolução encontram-se, por vezes de forma indireta, nas prescrições normativas, nas enumerações de erros, nas recomendações sobre estilo e retórica. Nas gramáticas que comparam o português com outras línguas modernas identificamos terminologias mais especializadas, para descrever domínios contíguos como a produção literária, a poética e a retórica, amplamente desenvolvidos em línguas estrangeiras.
DicionáriosOs dicionários podem ser consultados em várias edições do século XVI ao XVII. Oferecem uma rede de informação sobre a estrutura do léxico, evoluções semânticas e ampliação lexical a partir da língua literária. Incluem comentários sobre restrições e contextos de uso, que indiciam simultaneamente a variedade de registos e a expressividade da língua. Especialmente relevante é a secção sobre dicionários bilingues e especializados, que documentam o alargamento lexical e semântico devido ao contacto com línguas modernas. Os dicionários de tipo enciclopédico respondem à expectativa de simultaneamente organizar as palavras e sistematizar o conhecimento a elas associado.
Reflexão metalinguísticaNesta secção incluem-se textos argumentativos e tratados que debatem questões gerais relacionadas com a linguagem humana e as línguas, e assim contribuem para a história do pensamento linguístico. Ainda que resultem de observações empíricas, ou que estejam muito condicionados pela referência às línguas clássicas, estes trabalhos apresentam-se contextualizados numa rede de discursos e de saberes.
Encontram-se, numa classe à parte, os trabalhos precursores da linguística moderna. São o ponto de partida para uma tradução de estudos sistemáticos e documentados, para a definição e autonomização de disciplinas, para a difusão e discussão de teses que informaram a linguística portuguesa do século XX.
João Paulo Silvestre
Abrange o período entre o século XVI e o início do século XX, desde a publicação dos textos instituidores da tradição gramatical, até aos autores precursores da linguística moderna.
Os temas selecionados permitem identificar e reconstituir uma metalinguagem que serviu para descrever a forma, a estrutura e a história da língua portuguesa. Estas terminologias, mais ou menos informais, foram construídas e ensaiadas por gerações de estudiosos que, de acordo com a época, se intitularam gramáticos, filólogos ou linguistas.
A pesquisa por autores, áreas temáticas ou séculos permitirá identificar relações entre obras, ajudando a esclarecer como evoluíram dos estudos sobre a descrição da língua, a variação, o ensino ou a normalização da escrita.
A seleção apresenta-se em três núcleos:
Gramática, norma e ensinoOs textos originalmente concebidos para o ensino da língua são hoje fontes imprescindíveis para os linguistas. Os autores das gramáticas responderam às divergências entre a língua falada e a língua escrita, justificando a necessidade de um ensino normalizado da língua nas escolas. As informações sobre variação e evolução encontram-se, por vezes de forma indireta, nas prescrições normativas, nas enumerações de erros, nas recomendações sobre estilo e retórica. Nas gramáticas que comparam o português com outras línguas modernas identificamos terminologias mais especializadas, para descrever domínios contíguos como a produção literária, a poética e a retórica, amplamente desenvolvidos em línguas estrangeiras.
DicionáriosOs dicionários podem ser consultados em várias edições do século XVI ao XVII. Oferecem uma rede de informação sobre a estrutura do léxico, evoluções semânticas e ampliação lexical a partir da língua literária. Incluem comentários sobre restrições e contextos de uso, que indiciam simultaneamente a variedade de registos e a expressividade da língua. Especialmente relevante é a secção sobre dicionários bilingues e especializados, que documentam o alargamento lexical e semântico devido ao contacto com línguas modernas. Os dicionários de tipo enciclopédico respondem à expectativa de simultaneamente organizar as palavras e sistematizar o conhecimento a elas associado.
Reflexão metalinguísticaNesta secção incluem-se textos argumentativos e tratados que debatem questões gerais relacionadas com a linguagem humana e as línguas, e assim contribuem para a história do pensamento linguístico. Ainda que resultem de observações empíricas, ou que estejam muito condicionados pela referência às línguas clássicas, estes trabalhos apresentam-se contextualizados numa rede de discursos e de saberes.
Encontram-se, numa classe à parte, os trabalhos precursores da linguística moderna. São o ponto de partida para uma tradução de estudos sistemáticos e documentados, para a definição e autonomização de disciplinas, para a difusão e discussão de teses que informaram a linguística portuguesa do século XX.
João Paulo Silvestre